No domingo, 21 de setembro, o Brasil assistiu a uma das maiores mobilizações populares dos últimos anos. Milhares de pessoas foram às ruas em mais de 30 cidades, incluindo todas as capitais, para protestar contra a chamada PEC da Blindagem e contra o projeto de anistia a golpistas.
A proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados, é vista como um retrocesso democrático, pois cria barreiras adicionais para que parlamentares sejam responsabilizados criminalmente, blindando-os de investigações e processos. Os atos tiveram grande repercussão e mostraram a força da sociedade civil organizada. Somente em São Paulo, a Avenida Paulista reuniu mais de 42 mil pessoas, segundo monitoramento da USP, em um ato que uniu movimentos sociais, sindicatos, coletivos estudantis, partidos políticos, artistas e lideranças populares.
O mesmo se repetiu em cidades como Salvador, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, com forte presença de manifestações culturais e símbolos de luta. Nas redes sociais, a pressão também foi evidente: pesquisas apontam que mais de 80% das menções à PEC são negativas, revelando a rejeição maciça da população.
A dimensão dos protestos já começa a surtir efeito político, com senadores se manifestando contrários à proposta e reconhecendo que a mobilização popular é um recado claro contra privilégios e legislações feitas em causa própria. Para o Instituto de Cidadania e Direitos Humanos (ICDH), o sucesso das manifestações comprova que a democracia brasileira segue viva e atenta, e que a sociedade não aceitará tentativas de blindar parlamentares da Justiça.
O desafio agora é transformar essa energia das ruas em pressão institucional, garantindo que o Senado enterre de vez essa PEC e reafirme o compromisso com a transparência, a igualdade e a responsabilidade pública.
